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quinta-feira, 19 de abril de 2012

BRASIL, 512 ANOS / PROF. JOSEMAR DORILÊO.





O “descobrimento” do Brasil pelos portugueses ocorre em um período de crise e grandes transformações na Europa. Entre os séculos XII e XIV o feudalismo vai cedendo lugar a uma nova forma de organização social. O comércio floresce e, com ele, surge uma nova classe social, a burguesia mercantil. Ela é quem vai financiar as grandes navegações dos séculos XV e XVI, que resultam na descoberta da América e do Brasil, na conquista e colonização da África e da Ásia.

No século XV a nova burguesia europeia e parcelas da nobreza buscam na expansão comercial uma saída para a crise econômica do continente. Procuram novos mercados produtores e consumidores, já que o comércio entre a Europa e Oriente feito através do Mediterrâneo é insuficiente para gerar as riquezas necessárias para solucionar a crise europeia. Tentam superar o controle exercido por Veneza e Gênova sobre os produtos das Índias, nome genérico que inclui todo o Oriente.

Os objetivos da nova burguesia comercial europeia são alcançar a África, com suas cobiçadas fontes de ouro e prata, e as Índias, terra das especiarias, sedas e pedrarias. O empreendimento é dispendioso e arriscado. Entre todos os povos que se organizam para a aventura, os portugueses saem na frente, devido a um conjunto de fatores favoráveis dentre os quais destaca-se a precoce centralização política do reino, posição geográfica, rápida formação de uma burguesia comercial e, o mais significativo, uma dinastia que aposta na expansão comercial.

O processo histórico brasileiro é caracterizado pela nossa forte dependência em relação às metrópoles europeias (Portugal e Inglaterra) e posteriormente aos Estados Unidos. Dado o sistema vigente, o Brasil englobado neste, corresponde às necessidades oriundas das transformações verificadas no âmbito do modo de produção capitalista. Alguns países foram favorecidos pelo sistema e a grande maioria não. As políticas são adotadas e a cada período há de surgir novas concepções econômicas capazes de mudar regras já definidas. Se em um determinado período o País desempenhou o papel de fornecedor de matérias-primas necessárias ao desenvolvimento europeu e estadunidense, é devido às razões lógicas da época.

Na atualidade, o desenvolvimento brasileiro depende de suas próprias características (situação geográfica, passado histórico, extensão territorial, população, cultura, recursos naturais e principalmente uma rígida política governamental capaz de alavancar tal). No Brasil, há considerável perda de recursos, sob a forma de exploração de capital, importações desnecessárias, desenvolvimento de setores não prioritários, gastos militares excessivos, desemprego e subemprego que, em principio, poderia ser evitado. Os recursos assim poupados constituem um excedente acumulável que, uma vez reinvestido, tende a se reproduzir e ampliar. A verdadeira dificuldade está em mobilizar esse excedente, pois a interferência no uso desses recursos, costuma contrariar interesses que, muitas vezes, encontram-se representados com muita força junto ao poder.

A guinada para o desenvolvimento deve ser precedida por mudanças políticas profundas (especialmente a conquista da independência política e a formação de governos que coloquem o desenvolvimento nacional como objetivo principal); a partir daí deverá fortalecer a ideia de “desenvolvimento”, um processo de transformação estrutural com o objetivo de superar o atraso histórico em que se encontra o Brasil e alcançar no prazo mais curto possível, o nível de bem-estar dos países considerados “desenvolvidos”, para que possamos com orgulho - alfabetizados, sem fome e vivendo numa sociedade justa e digna – comemorar nossas próprias descobertas, seja no campo educacional, social e tecnológico e, não um “22 de abril” que representa uma data pela qual os portugueses escolheram para oficializar a posse das nossas terras.


PROF. JOSEMAR DORILÊO

Em nome da educação e do conhecer.

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