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sexta-feira, 11 de maio de 2012

A COR NEGRA DE CADA DIA / PROF. JOSEMAR DORILÊO.












Dados do último censo comprovam que a cor negra é algo de negação no Brasil e mostram um desempenho negativo sistemático do negro no mercado de trabalho, na escola, nas condições de moradia dos últimos vinte anos. Outra conclusão mostra que não basta ao negro ter a mesma escolaridade e treinamento profissional que o branco para alcançá-lo na corrida da ascensão social ou da mera sobrevivência. Na hora de definir quem vai ganhar o emprego ou quem vai progredir na empresa, a cor volta a contar.


Para ser eficaz, o chicote não precisa bater sobre as costas de todos os negros. Cada um assassinado nas cadeias ou nas esquinas deste país serve como exemplo para milhões espalhados pelo Brasil, de que não basta apenas comemorar no dia 13 de maio a “Libertação dos Escravos” e sim, é preciso também questionar – o que comemorar?


O Brasil deve aos seus cidadãos referências positivas sobre seu povo negro. A história contada dá ênfase apenas aos nossos colonizadores europeus e seus descendentes, lembrados como heróis e descobridores. Muito pouco sabemos sobre dos índios que já habitavam nossas terras e tampouco dos negros.


É preciso mudar tudo isso. É preciso criar referências para tais raças, para que as nossas próximas gerações não sejam contaminadas por uma formação apenas euro-centrista que desconsiderava, por exemplo, o papel do negro dentro da sociedade. É preciso que exista respeito às diferenças raciais e que possamos de fato afirmar que somos todos mestiços. É necessário quebrar clichês e fazer uma nova apresentação da África – esta complexa, rica e com grande potencial humano capaz de mudar seu próprio destino.


É preciso que no dia “13 de maio” seja o dia nacional de todos os brasileiros e brasileiras que lutam por uma sociedade de fato democrática e igualitária, unindo todos num projeto de nação que contemple a diversidade engendrada no nosso processo histórico.


Que todos os dias sejam o “Dia da Consciência”, que possamos ter visão progressista e deixarmos o comodismo e as outras utopias de lado para buscarmos algo concreto e significativo capaz de realmente revolucionar conceitos e dogmas... mudar a realidade.

Prof. Josemar Dorilêo

Em nome da educação e do conhecer




5 comentários:

Eula Ane Batista disse...

O mais interessante é que as "cotas" são trazidas como solução para a desiguadade social e demonstração de que o governo é o primeiro a dizer NÃO ao preconceito. Será? O lema: "Vamos da oportunidade para quem não tem!" esta desgastado, por que todos nós (sou negra) já percebemos que na prática não mudou nada. Pra mim só piorou. Pois a humilhação e a idéia de que não somos capazes cresce a cada dia. Isso só traz ao negro a concepção de que precisa viver provando a todo instante que é capaz! O que custa muito!

Elias Santos disse...

Libertos e entregues a própria sorte.

Após a abolição da escravatura o governo deveria garantir trabalho aos negros, fazer uma reforma agrária e dar oportunidades aos trabalhadores no novo sistema de sociedade que estava se formando.

Porém o que aconteceu foi que os negros libertos foram entregues à miséria. O governo imperial e logo depois o republicano negou aos negros o direito à terra para cultivar, a educação, e ao sistema de saúde. Destinados a vagar pelos campos até chegar às grandes cidades onde fundaram os bairros africanos e lutaram pela sobrevivência.

Discriminação, desigualdade, repressão e medo são bens herdados pelos negros da nossa pátria mãe gentil.

Anônimo disse...

Professor, acho que o vídeo seguinte pode contribuir para a discussão do tema: http://www.youtube.com/watch?v=zoBpHaayomc

Fabrícia disse...

Concordo com os comentários e acho a discusão muito pertinente. Comemorar o que? Diante do absurdo que o governo vem fazendo tentando mascarar a pobreza com bolsa familia , auxilio gás e outros. Os jovens pobres estão se entregando a marginalidade, a prostituição, sem pespectiva de vida sem vontade de querer viver mais, sair do que já conhece.

Anônimo disse...

Vamos todos po uma educação melhor, vamos todos pela leitura, pelo aprender, e pelo ensinar... Como diria CASTRO ALVES: "OH! BENDITO O QUE SEMEIA LIVROS LIVROS A MÃO CHEIA E MANDA O POVO PENSAR O LIVRO CAINDO NA ALMA É GERME QUE FAZ A PALMA É CHUVA QUE FAZ O MAR...