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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CARNAVAL E GOVERNO - UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO









Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C. É um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média.
A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual - e é neste formato que o carnaval perde a sua essência original ao se deparar com pessoas que se consideram “estrelas” maiores que o próprio evento. Ganham muito dinheiro numa festa que por existir, deveria ser mais popular e menos hipócrita e alienadora...uma mera fantasia onde impera a vontade única de se beneficiar, atropelando o cotidiano do cidadão, não respeitando a integridade de quem não quer participar dessa festa onde prevalece quase todo tipo de preconceito, como os existentes nas letras das músicas:
O seu cabelo não nega mulata - como se o Brasil não fosse mulato
Olha a cabeleira do zezé, será que ele é - e se o Zezé for?
Em Salvador, ao querer homenagear Jorge Amado, cartazes foram fixados em logradouros públicos, onde não deveria de fato serem fixados e o pior, os desenhos apresentados esteriotipam o negro com detalhes berrantes.
A prefeitura da capital baiana não cria normas e regras para regulamentar a venda de abadás e controlar tal comércio, para que através dessa atitude mais coerente esta possa obter mais recursos para serem aplicados nos setores onde de fato existe carência, como saúde e educação.
Não existe regras para controlar o avanço dos ganhos exorbitantes dos trios elétricos, não havendo controle sobre essa questão.
...Errado está ao saber que mesmo ganhando muito dinheiro tais são isentos de certos tributos e são também beneficiados com a presença de policias em suas festas privadas, e nós ficamos presos a incompetência e descaso dos nossos governantes que patrocinam tudo isso.
... Errado está os trios passarem nos entornos do Campo Grande onde há uma enorme quantidade de imóveis antigos que deveriam ser preservados e não estar em contato direto com tais, podendo em virtude da intensidade do som, abalar suas estruturas.
É esse o país do futuro?
É esse o lugar que dará certo?
Num país onde se valoriza algo sem peso de fato para qualquer sociedade, jamais chegaremos a desfrutar de melhores índices sociais. O governo firma parceria com os “chefes do carnaval”, onde ambas as partes são beneficiadas, é bom para os dois lados – um parte ganha dinheiro e outro continua no poder, com a alienação do povo.
Difícil acreditar neste país, mediante a toda essa máquina alienadora capaz de seduzir através das cores, futebol, esmolas assistencialistas e festas – algo mudar.
Apresento o Brasil, um país para poucos...um país das fantasias.

Prof. Josemar Dorilêo
Em nome da educação e do conhecer.

Um comentário:

Isis disse...

Concordo plenamente com vc Dorilêo. Difícil é uma população tão mergulhada na política do PÃO E CIRCO enxergar isso. As pessoas (estudadas ou leigas) estão voltadas para os prazeres imediatos, importando-se somente com o agora e esquecendo que o futuro que estamos construímos é para os nossos filhos e netos. Você está fazendo sua parte. Fico feliz por desfrutar de seus sábios textos. Você tem o dom de despertar e estimular o senso crítico daqueles que querem fazer a diferença. Agradeço a oportunidade de um dia ter sido sua aluna. Grande abraço.